terça-feira, 1 de julho de 2014

tenho medo

Nos últimos dias, cada vez que entro em alguma rede social, que ligo a televisão, só vejo coisas que me metem medo, não só como ser humano, mas sobretudo como mãe.
Morte. É uma palavra tão pesada e assustadora, assustadora, é essa a palavra que ainda me faz mais confusão, desde que fui mãe que me sinto assim, assustada, a cada febre, a cada tossidela, a cada queda, a cada telefonema da creche. Sei que não posso andar constantemente assustada, mas o medo de perder alguém é me terrivelmente assustador.
Em Fevereiro passado perdi a minha avó, já à algum tempo que tinha noção que isso iria acontecer, e estando tão perto da minha avó como estive neste últimos meses, apesar de não existir preparação possível para a perda de alguém, já me foi mas fácil controlar, o medo. 
Apesar de ter sido mais fácil, é uma dor que está sempre presente, e nas mais pequenas coisas, quando alguém se refere ao quarto que era da minha avó, ainda é "o quarto da avó", é o encontrar coisas que um dia foram dela, tenho saudades da minha avó, tenho saudades dos chás de limão que ela me fazia, tenho saudades de a ouvir brincar com o nome do meu filho, por incrível que parece até tenho saudades dos "dias maus", dos dias que tinha autenticas lutas com ela, para ela comer e não dar a comida à cadela, de meia em meia hora ter que a ir lembrar que ela não podia estar ao sol e de todas as coisas que ela se foi esquecendo, principalmente tenho saudades, das vezes em que ela não se lembrava do meu nome, e eu lhe dizia "então avó, sou a Teresa" e ela com um sorrio me respondia "a Teresinha", nunca ninguém até hoje me chamou Teresinha como a minha avó fazia.
Tenho medo de perder as pessoas que gosto, tenho medo de ter que dizer a pessoas que gosto, que elas perderam pessoas que elas gostam.
A morte, é uma verdadeira merda.

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